domingo, 6 de setembro de 2015

Métodos e Técnicas de Pesquisa Social, segundo Antonio Carlos Gil

Bom dia!
   Em oportunidades anteriores, os diferentes métodos e técnicas de pesquisas acadêmicas de cunho científico já foram tema de artigos publicados aqui, mas hoje eu vou voltar ao assunto, em atenção à Waded Schabib Hany, e algumas poucas questões por ela colocadas. Vamos a elas.

1. Seguir GIL, referente Métodos e Técnicas de Pesquisa Social?
   Sim, acredito que seja uma excelente escolha. Analisemos a teoria por ele desenvolvida sobre o assunto.
  Para Gil (1995), “A ciência pode ser caracterizada por uma forma de conhecimento objetivo, racional, sistemático, geral, verificável e falível.” O autor considera que apesar disso, é possível determinar que um conhecimento específico pertença ao âmbito das Ciências Humanas, enquanto define que a Pesquisa Social visa colaborar com o avanço da Ciência, através da prática dos novos conhecimentos desenvolvidos ao longo do tempo, e da identificação de “todos os aspectos relativos ao homem em seus múltiplos relacionamentos com outros homens e instituições sociais.”
  Para ele, uma Pesquisa Social deve basear-se no empirismo, cabendo ser adotadas ações ou tomadas decisões que permitam resolver determinado problema de um grupo mais específico. Requer que pesquisadores e dos voluntários participantes estejam interligados de modo ”cooperativo ou participativo”.
  Entre os três métodos apontados por Gil (1995) para a elaboração de pesquisas científicas no âmbito das Ciências Sociais, estão o hipotético-dedutivo, o dialético e o fenomenológico.
  Destes, acredito que o mais indicado para o tipo de pesquisa que Waded pretende desenvolver é o primeiro, o hipotético-dedutivo, conforme a definição nas palavras do autor: 

o cientista, através de uma combinação de observação cuidadosa, hábeis antecipações e intuição científica, alcança um conjunto de postulados que governam os fenômenos pelos quais está interessado; daí deduzindo as consequências observáveis; e verificando essas consequências por meio de experimentação, refutando ou substituindo os postulados, quando necessário, por outros e assim prosseguindo.


   Gil (1995) considera ser este o modelo mais lógico e apropriado para as investigações a serem feitas pelo pesquisados, e destaca os seguintes métodos: experimental, observacional, comparativo, estatístico e clínico. Entre as definições elaboradas pelo autor para cada um destes métodos, estão as comparações entre os mesmos e as possibilidades de assertividade quanto à sua escolha e aplicação.
   Acredito que vale a pena conferir cada uma das definições existentes, mas imagino que o método que mais se aproxima das necessidades da pesquisa a ser feita pela Waded seja o comparativo, observe(m): 
Método Comparativo – Investigação de indivíduos, classes, fenômenos ou fatos, com vistas a ressaltar as diferenças e similaridades entre eles. Algumas vezes, é visto como o mais superficial em relação a outros. No entanto, há situações em que seus procedimentos são desenvolvidos mediante rigoroso controle e seus resultados proporcionam elevado grau de generalização.

2. Tipo de Pesquisa quanto ao Perfil da população a ser estudada 

  Waded refere ainda a intenção de elaborar um estudo epidemiológico sobre o perfil antropométrico de um grupo populacional, com amostra não aleatória, obtida por livre demanda e apresentando contornos sociodemográficos.
   Quanto a isto, e com base em Gil (1995), trata-se de uma Pesquisa Ação, que implica na colaboração e participação de pesquisadores e participantes ou voluntários. Neste caso, os elementos que a comporão já constam claramente definidos neste item. 

3. Levantamento das doenças possíveis de acometimento da população estudada

   Finalmente, será bastante interessante que Waded elabore o levantamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis DCNTs (ou uma delas) de forma autorreferida, de acordo com o público-alvo definido para seu estudo.

  Waded, eu espero ter colaborado para que você possa definir os caminhos e necessidades do trabalho em desenvolvimento, mas fico à disposição para eventuais dúvidas, as quais, solicito sejam encaminhadas para mim por email.
   Boa sorte, um abraço.
Regina Del Buono 
Referências 
GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 1995.

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