sábado, 21 de novembro de 2020

João Alberto Silveira Freitas era um cara preto.

A pupila de todos os seres viventes é preta.

A cor da maioria das fontes dos textos que acessamos e escrevemos é preta.

Quando eu era adolescente, estudei com uma mocinha chamada Meire, doce, educada, super estudiosa, nós éramos muito amigas, ela era preta.

O asfalto é preto.

Se as lâmpadas se apagam, a imensidão do escuro é preta. ...

O luto, momento de dor e perda para as pessoas, é representado no ocidente pela cor preta.

Quando eu já era adulta, tive uma colega de trabalho alta, alegre, linda, com quem ríamos muito na hora do almoço, eu a apelidei de Marron porque ela era preta.

A borracha dos pneus de todos os veículos automotivos que conhecemos é preta.

As telas de celulares, televisões, tablets e talz, são pretas.

João Alberto Silveira Freitas era um homem, 40 anos, pai de família, trabalhador, era preto.

Ser preto é diferente de ser gordo, baixinho, ou ter os olhos puxados, por causa da ideia de supremacia de muitos brancos sobre outros, porque tudo se trata de poder.

Quando os negros africanos foram trazidos à força para o Brasil, em navios de condições subumanas, já existia no ideário de muitos, uma superioridade pela cor de sua pele.

Ledo engano!

Acontece que preto é diferente de obscuro.

Porque negar o óbvio é obscuro.

Ignorar os eventos graves que ocorrem no seio de nossa sociedade, sem combatê-los, é obscuro.

Tentar impor vontades sobre o outro é obscuro.

Usar armas ou murros contra outro ser vivo é obscuro.

Assistir calados a tantos descalabros morais, éticos e sociais, é mais que obscuro.

É sinal de impotência, desamor, falta de visão, falta de iniciativa e falta de perspectiva.

Porque unidos somos fortes, mas temos que ter consciência disso para agir.

Unamo-nos contra todo esse obscurantismo!

#vidasnegrasimportam.

 

 

 

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