domingo, 22 de outubro de 2017

Como inserir os dados de entrevista semiestruturada na monografia? Pesquisa de Campo

Bom dia! Depois de realizadas as entrevistas que farão parte de uma monografia elaborada como Pesquisa de Campo, deve-se proceder à escrita do capítulo que apresentará a Análise de Dados e Resultados, que também costuma ser denominado como Metodologia de Pesquisa. Trata-se de um capítulo bem específico do texto acadêmico. Ao longo do tempo, eu tenho publicado aqui vários artigos sobre este assunto (cuja lista consta ao final deste post), ensejando fornecer dicas e colaborar para que os acadêmicos que costumam visitar o meu blog possam compreender alguns detalhes e que consigam elaborar da melhor forma possível esta parte fundamental de seu trabalho científico. Assim, voltamos a este assunto hoje, em atenção à Albiege Sales, que tem perguntas bem interessantes, às quais eu vou tentar responder, lembrando que este é um artigo de opinião, baseado em minhas pesquisas, estudos e observação, assim como nas exigências que têm sido feitas pelos diferentes orientadores(as)/universidades brasileiras. Vamos às perguntas dela....

Boa tarde Regina, Gostaria de uma explicação a respeito dos dados de uma pesquisa de campo (entrevista semi estruturada) com o seguinte cenário:
Amostra de entrevistados: 208;
Algumas perguntas eram abertas, com possibilidade de respostas múltiplas, isto indica que obtive para determinadas perguntas mais respostas que o número de entrevistados.
Como apresentar esses dados em forma de tabelas?
Posso apresentar tabelas com o universo de 208 sendo 100% da amostra e outras tabelas com 100% da amostra o total de respostas que obtive?
Não consegui achar respostas ainda sobre isto.
Espero ter sido clara em minha pergunta.
Agradeço de antemão,
Albiege Sales em Como inserir os dados da entrevista no texto da Monografia 
   Bem, eu vou subdividir em pequenas respostas, para que as explicações fiquem o mais simples e objetivas possível.

1. Acredito que um total de respostas maior do que o de respondentes não seja um problema. O que importa realmente é que seu roteiro de perguntas seja subdividido em tantos aspectos quanto forem de interesse de sua investigação. Neste sentido, cuidado especial deve ser dado à elaboração do roteiro, já que as perguntas feitas poderão ou não levar o aluno/pesquisador às respostas esperadas. A este respeito, é interessante ler o artigo de Manzini (2017).

2. Uma vez que as respostas obtidas sejam assim subagrupadas em tais aspectos, as tabelas demonstrativas podem ser elaboradas. Lembre-se que abaixo de cada tabela é importante que sejam dadas explicações sobre os dados tabulado, i.e., não basta inserir  ou quantificar números, é preciso que você explique ao(s) seu(s) leitor(es) os resultados obtidos;

3. Sugiro que procure não condensar assuntos distintos numa mesma tabela. Equivale a dizer que devem ser elaboradas tantas tabelas quantas necessárias para que os resultados sejam demonstrados com clareza ao longo de seu estudo, facilitando a compreensão dos leitores técnicos, tanto quanto dos leitores leigos;

4. Porém, há que cuidar para não exagerar no total de tabelas. Seria interessante indagar seu(sua) orientador(a) sobre um número máximo de tabelas a inserir.
Como exemplo, pode-se mencionar que para o caso de artigos científicos, que são textos mais sucintos, os diferentes periódicos nos quais podemos publicar artigos, e até dentro das universidades, costuma-se limitar em até 5 tabelas, no total. Já para o caso de monografias, convém verificar o que a sua universidade aceita como razoável;

5. Cabe ainda destacar que a cada bloco de resultados, tais respostas deverão ser associadas às teorias/autores utilizados ao longo da fundamentação teórica de seu texto, tendo em vista ser esta, também, uma das finalidades da realização de uma Pesquisa de Campo. Dito de outra forma, ao realizar uma pesquisa deste tipo, o acadêmico vai ao local eleito como de interesse de seu tema, buscar compreender o que se passa no dia a dia daquelas pessoas/instituição, isto é, onde os fatos acontecem, os quais precisam ser associados às teorias, que são, normalmente, baseadas no Empirismo.

  Lembre-se ainda que essa etapa tão importante de sua Pesquisa de Campo, isto é, a inserção do capítulo de Análise de Dados e Resultados deve ter como base um diálogo fundamental com seu(sua) orientador(a), pois afinal, a organização de tal capítulo e sua concretização dependerá da aprovação dele(a).
  Espero ter compreendido a sua pergunta, e ter colaborado com as minhas respostas, porém, se você precisar, sugiro que escreva diretamente para o meu email.
   Boa sorte, um abraço! 
Regina Del Buono
abntouvancouver@gmail.com
Skype: abntouvancouver2012

Referências
DEL-BUONO, Regina C. Como elaborar um relatório com as entrevistas de uma Pesquisa de Campo (Qualitativa)? 22 jan 2017. Disponível em: [http://www.abntouvancouver.com.br/2017/01/como-elaborar-um-relatorio-com-as.html];
DEL-BUONO, Regina C. As entrevistas para uma Pesquisa de Campo e as Citações Diretas – NBR 10520/2002. 30 out 2016. Disponível em: [http://www.abntouvancouver.com.br/2016/10/as-entrevistas-para-uma-pesquisa-de.html];
DEL-BUONO, Regina C. A Pesquisa de Campo e o número de respondentes. 23 out 2016. Disponível em: [http://www.abntouvancouver.com.br/2016/10/a-pesquisa-de-campo-e-o-numero-de.html];
DEL-BUONO, Regina C. A Pesquisa de Campo e a Entrevista semiestruturada com apenas um respondente. 28 ago 2016. Dispónível em: [http://www.abntouvancouver.com.br/2016/08/a-pesquisa-de-campo-e-entrevista-semi.html];
DEL-BUONO, Regina C. Como analisar e associar as respostas de uma pesquisa de campo à teoria? Disponível em: [http://www.abntouvancouver.com.br/2016/06/como-analisar-e-associar-as-respostas.html]; publicado em 26 de junho de 2016;
DEL-BUONO, Regina C. Como classificar ou qualificar os participantes de uma Pesquisa de Campo? 05 jun 2016. Disponível em: [http://www.abntouvancouver.com.br/2016/06/como-classificar-ou-qualificar-os.html];
DEL-BUONO, Regina C. A Pesquisa de Campo e a inclusão da entrevista em uma Monografia. 01 mai 2016. Disponível em: [http://www.abntouvancouver.com.br/2016/05/a-pesquisa-de-campo-e-inclusao-da_1.html];
DEL-BUONO, Regina C. As principais técnicas ou Procedimentos em Pesquisa Científica. 25 out 2015. Disponível em: [http://www.abntouvancouver.com.br/2015/10/as-principais-tecnicas-ou-procedimentos.html];
DEL-BUONO, Regina C. Como definir a população alvo de amostra para uma Pesquisa de Campo? 23 ago 2015. Disponível em: [http://www.abntouvancouver.com.br/2015/08/como-definir-populacao-alvo-de-amostra.html];
DEL-BUONO, Regina C. A Pesquisa de Campo enquanto procedimento de pesquisa. 26 jul 2015. Disponível em: [http://www.abntouvancouver.com.br/2015/07/a-pesquisa-de-campo-enquanto.html];
DEL-BUONO, Regina C. Os Anexos da Pesquisa de Campo: o Roteiro de Perguntas. 09 nov 2014. Disponível em: [http://www.abntouvancouver.com.br/2014/11/os-anexos-da-pesquisa-de-campo-o.html];
DEL-BUONO, Regina C. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e a Pesquisa de Campo. 02 nov 2014. Disponível em: [http://www.abntouvancouver.com.br/2014/11/o-termo-de-consentimento-livre-e.html];  
MANZINI, Eduardo José. Entrevista semi-estruturada: análise de objetivos e de roteiros. Artigo apresentado ao Programa de Pós-graduação em Educação. Universidade Estadual Paulista (UNESP), Marília (SP), Março 2017.  Disponível em: [https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3145622/mod_resource/content/1/Entrevista%20semi%20estruturada%20estudo%20UNESP%20Marília.pdf]; acesso em 19 out 2017. 

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